Orixás em Toy Art
Oxalá, Oxum, Iansã, Exu Ogum, Xangô e Oxossi em Toy Art |
ASSIM NASCEU O
CANDOMBLÉ
Candomblé é uma religião derivada do
animismo africano onde se cultuam os orixás (a saber), Voduns ( dos Bantus é o
mesmo Vudu cultuado no Haiti), Nkisis (originário do povo Kimbundu no norte de
Angola) dependendo da nação.
Culto de origem totêmica e familiar, é uma
das religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil, pelo chamado povo do
santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela,
Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. Diferente de
como acontecia na África onde estes orixás eram cultuados independentemente em
cada nação, aqui no Brasil o culto sofreu uma junção em decorrência da
importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de
santo também conhecido como babalorixá.
Assim como nos horóscopos, todas as pessoas
tem orixás que regem a sua vida; os orixás de cabeça ou orixás de frente, a
energia básica, fundamental de um individuo e o orixá ‘Ajuntó’ de
características mais sutis, que ameniza o caráter do orixá de cabeça.
Para entender mais como o candomblé é tido
no Brasil conheça a lenda yorubá (povo Nigério-Congolês) que explica o
nascimento dos orixás e do próprio candomblé:
No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos.
Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras.
Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas.
O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.
O branco imaculado de Obatalá se perdera.
Oxalá foi reclamar a Olorum.
Toy Art - Olorum Orixá - Deus Supremo |
Olorum, também conhecido como Olodumaré, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra.
Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida. E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos. Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados. Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.
Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados.
Foram queixar-se com Olorum, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.
Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.
Foi a condição imposta por Olorum.
Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo:
preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás.
Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão.
De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás.
Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta, banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos.
Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola. Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas.
O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa. Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indés.
O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais.
Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori, finas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás.
Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê.
Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavam odara.
As iaôs eram as noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar. Estavam prontas para os deuses.
Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas.
Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs.
Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos.
E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam.
Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.
Os orixás estavam felizes.
Na roda das feitas, no corpo das iaôs,
eles dançavam e dançavam e dançavam.
Estava inventado o candomblé.
Na mitologia Yorubá, há menção de mais de
600 orixás primários, divididos em duas classes, aproximadamente 400 dos Irun
do Orun ("céu") Imole e 200 Igbá Imole da Aiye ("Terra").
Estes grupos ainda se dividem em os orixás
Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu
(pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô).
Saiba um pouco mais dos orixás mais
conhecidos:
Toy Art - Exú Orixá |
Exu
É o orixá da comunicação. É o guardião das
aldeias, cidades, casas e do axé. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e,
na verdade, Exu é o orixá do movimento (associado a figura de Mercúrio ou
Hermes)
É ele quem deve receber as oferendas em
primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua
função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, seja plenamente realizada.
As saudações de Exu são - Laroyê exú!
(yorubá) ou ainda, Exú é
mojubá!
“Saudação amiga à Exú” ; móju (viver à
noite) bá (armar emboscada) - “Exú
gosta de viver a noite, sempre capaz de armar emboscadas”.;
Toy Art - Ogum Orixá |
Ogum
O senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra.
Era o filho mais velho de Oduduwa e de Obatalá, o casal
primordial e propulsor da criação, os fundadores de Ifé, a antiga
cidade Yoruba no sudoeste da Nigéria onde atribui-se o nascimento da
lenda dos candomblé.
Associado a São Jorge e a Marte ou Ares
Saudação de Ogum é - Patakori Ogun! (yorubá) ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun) pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça!;
Toy Art - Oxalá Orixá |
Oxalá
É o Orixá associado à criação do mundo e da
espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço (chamado Oxaguian,
identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejionile) e velho (chamado
Oxalufan e identificado pelo odu ofun e ejiokô).
A cor de Oxaguiam é o branco levemente
mesclado com azul; a de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos
é a sexta-feira.
Sua saudação é ÈPA BÀBÁ! Oxalá é
considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do
panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de
tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é
respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertencem os olhos
que vêem tudo;
Toy Art - Oxum Orixá |
Oxum
Na religião yoruba, é uma orixá que reina sobre a água doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia. No candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação ijexá.
Na religião yoruba, é uma orixá que reina sobre a água doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia. No candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação ijexá.
O seu nome deriva do Rio Osun, que corre na
Iorubalândia, região nigeriana de ijexá e Ijebu.
Nas religiões afro-brasileiras é
sincretizada com diversas Nossas Senhoras. Na Bahia, ela é tida como Nossa
Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas
vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e
Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora
da Conceição Aparecida.
Toy Art - Oxossi Orixá |
Oxossi
É o orixá da caça e da fartura. Pierre
Verger, em seu livro Orixás, diz que o culto de Oxóssi foi praticamente extinto
na região de Ketu, na Iorubalândia, uma vez que a maioria de seus sacerdotes
foram escravizados, tendo sido enviados à força para o Novo Mundo ou mortos.
Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram
de cultuá-lo por não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou
por passarem a cultuar outras divindades.
Saudações de Oxossi são - Okê arô! (yorubá)
Okê (monte); arô (título honroso dado aos
caçadores) – Salve o grande Caçador!.
Toy Art - Xangô Orixá |
Xangô
No seu aspecto divino, permanece filho de
Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como
esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Foi ele quem criou o culto de Egungun,
sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos.
Xangô é viril e justiceiro; castiga os
mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de
dois gumes. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de
Olorun
Para saudar Xangô diz-se - Kawô Kabiecile!
(yorubá)
Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê
si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos
olhar para Vossa Alteza Real!.
Toy Art - Iansã Orixá |
Iansã
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida
favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará.
No candomblé a cor utilizada para
representá-la é o marrom, ainda que seja mais identificada com a cor Rosa ou o
dourado. No Brasil houve uma grande distorção com relação as suas regências e
origens.
Inhansã ou Oiá, como é também chamada no
Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos vento e as águas,
sendo mulher de Xangô, o senhor dos raios e tempestades.
É saudada como "Iya mesan lorun",
título referente a incumbência recebida como guia dos mortos.
Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada
com Santa Bárbara;
Toy Art - Obaluayê Orixá |
Obaluaye
Obaluaye em iorubá Obaluàyé é traduzido por
(rei e senhor da terra), Oba (rei) aiyê (terra), Obaluaiyê, Obaluaê, Xapanã, também
é conhecido como (Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças
contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos.
Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie
de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios
e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem
como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.
Para saudar Obaluaye - Atoto! (yorubá)
Atoto (Silêncio) – Silêncio! Ele está entre
nós!
Toy Art - Iemanjá Orixá |
Yemanjá
Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja, Iemanjá
ou Yemoja é uma orixá africana, cujo nome deriva da expressão Iorubá Yèyé omo
ejá ("Mãe cujos filhos são peixes"), no Brasil, a orixá goza de
grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por
membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de
fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar".
Yemanjá é saudada como - Odô-fe-iaba!
(yorubá) ou ainda, Odô iá!
Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) –
Amada Senhora do Rio (das águas) !Toy Art - Oxumaré Orixá |
Oxumaré
Seu nome significa a cobra-arco-íris em
nagô, este orixá representa a mobilidade e a atividade, uma de suas funções é a
de dirigir as forças do movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado, o cordão
umbilical, a serpente, etc., representa também a riqueza e a fortuna.
No Brasil seus iniciados usam Brajá -
longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente.
Saudação: Arroboboi Oxumarê!;
Toy Art - Omulu Orixá |
Omulu
Na África, é considerado junto à sua mãe
Nanã, o Orixá da morte.
Pipocas são estouradas em panelas com areia
da praia aquecida, para celebrar sua relação com Iemanjá. A lenda diz que
Omolu, muito doente, foi abandonado num rio perto da praia por sua mãe Nanã,
por ele ter nascido com grandes deformidades na pele. Iemanjá tinha um enorme
amor por ele, adotou-o como filho e o curou de suas doenças. Por isso, são
realizadas oferendas a Omolu nas areias das praias do litoral brasileiro.
Saudação: Atoto ajuberú, omolú ke;
Toy Art - Ibejis Orixás Crianças |
Ibejis
Ìbejì ou Ìgbejì - São as divindades infantis gêmeas da
vida, protetores dos gêmeos na Mitologia Yoruba, identificados no jogo do
merindilogun pelos odu ejioko e iká.
No Brasil existe uma confusão recorrente
entre os Ibejis e os Erês, a palavra Eré (não confundir com criança que em yorubá é
omodé) vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento".
Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. É evidente que há uma
relação, mas não se trata da mesma entidade. São sincretizadas aos santos
gêmeos católicos Cosme e Damião.
Ibeji na nação Keto, ou Nvunji em Angola e Congo. São as divindades da brincadeira, da alegria; sua regência está
ligada à infância.
Saudação é 'Omi Beijada!';
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